Comunidade de Prática - Ferramentas Digitais para Apoio à Docência
- André Garcia |
- Diego Pansani |
- Georgia Martins |
- Soely Polydoro |
Atenção! O primeiro ciclo da comunidade foi encerrado em Abril de 2021. Assim que um novo ciclo for iniciado, as inscrições serão reabertas.
A expansão do acesso à Internet possibilita a exploração criativa de novos espaços de comunicação, ensino e aprendizagem. Entre tais possibilidades, é possível reunir indivíduos interessados em desenvolver coletivamente o conhecimento por meio da organização de comunidades de prática, as quais são espaços que oferecem estrutura e recursos voltados para uma aprendizagem socialmente compartilhada. Pensando neste contexto, este projeto visa reunir um grupo de professores universitários interessados em discutir o uso de tecnologias educacionais, de forma prática e teórica, sobre como e quando usá-las, no intuito do aprimoramento do processo de ensino e aprendizagem e desenvolvimento profissional docente.
Essa reunião se dará na forma de oficinas colaborativas, para estudos, demonstrações, tutoriais e troca de experiências, presencial e assincronamente, com a utilização de ferramentas digitais para comunicação e colaboração (fórum, p. ex) online. A proposta é reunir indivíduos interessados em desenvolver coletivamente o conhecimento por meio da organização de comunidades de prática, as quais são espaços que oferecem estrutura e recursos voltados para uma aprendizagem socialmente compartilhada.
Cabe destacar que as rotas de aprendizagens são realizadas individualmente, conforme interesse do participante, que seleciona quais conteúdos quer acessar. Também serão realizadas autoavaliações individuais e avaliações coletivas sobre o andamento do projeto. Concomitantemente às atividades, o grupo irá criar um repositório de conteúdo (teórico e prático), além de relatos de experiências sobre a aplicação dos conhecimentos adquiridos em sala de aula.
Informações do curso
Funcionamento da Comunidade/Curso
Qualquer docente e/ou pesquisador da Unicamp pode participar.
De início, os tutores da plataforma irão selecionar alguns conteúdos a serem discutidos e explorados. Conforme o número de participantes ativos for aumentando, os próximos passos serão decididos pelo grupo, no sentido de conduzir os trabalhos conforme as demandas internas. Também é esperado que os membros da comunidade colaborem com a criação de conteúdos.
Os espaços de interação, contribuição e exploração de conteúdos serão diversos, conforme disponíveis nesta plataforma, mas também sendo possível expandir para outras tecnologias. De início iremos utilizar:
- Fóruns
- Repositório de arquivos e links
- Tutoriais
- Rotas de aprendizagem
- Chats e conferências
- Blogs e Wikis
- Glossários
Nenhuma das atividades é obrigatória, participa-se conforme a disponibilidade e interesse. Não existem sistemas de avaliação ou presença. As atividades de fixação de conteúdo existem apenas como recurso possível em algumas rotas de aprendizagem.
Conteúdos a serem abordados
A princípio, trabalharemos com o framework abaixo, mas com possibilidade de alterações e inclusões conforme a comunidade for crescendo e se desenvolvendo:
- Aplicativos de Organização: agendas, sistemas de progresso de curso, formação de grupos.
- Aplicativos de Comunicação: Sistemas de notificação, chat, videoconferências, aplicativos de comunicação rápida, fóruns, e-mail e grupos de discussão
- Repositórios e bibliotecas: sistemas de gerenciamento de arquivos, organização, catalogação e acesso. Criação de biblioteca de links.
- Ferramentas de criação coletiva: Wikis, Blogues, glossários, etc
- Ferramentas de criação e edição de conteúdo: textos, imagens, apresentações dinâmicas, podcasts e vídeos
- Ferramentas de fixação: criação de bancos de questões, elaboração de quizes, exercícios curtos, hotpotatoes, exercícios QTI2, enigmas Aiken, etc
- Ferramentas de Avaliação: testes, questionários e formulários em geral. Sistemas de pontuação e peso, uso de Avas para organização de avaliações e cálculos de nota.
- Integração dos diferentes aplicativos em plataformas (AVAs): organização das ferramentas, controle de uso, presença e relatórios
Como colaborar com a Comunidade
Espera-se dos participantes, inicialmente, relatos de experiências no mundo digital: sucessos, dificuldades, impressões, sugestões e expectativas.
Com isso, é possível que os membros da comunidade se conheçam melhor e também identifiquem os domínios e necessidades de cada um. A partir disso, será possível verificar como os participantes poderão colaborar, em diferentes momentos e quais as demandas coletivas precisam ser solucionadas.
É esperado que os participantes auxiliem seus colegas com menor experiência, nos diferentes conteúdos que serão explorados. Os membros com mais experiência poderiam ajudar os com menos, procurando criar, neste processo, um repositório de conhecimento (tutoriais, guiais, manuais, artigos, etc.) que ficará disponível para futuros membros que tenham interesse em ingressar na comunidade.
Além disso, todos os membros poderão sugerir novas dinâmicas de funcionamento e conteúdo.
Cronograma
Por ser uma comunidade de prática a distância, as datas de atividades serão acordadas com o grupo, conforme disponibilidade e demanda.
Em geral, o tempo de conclusão das atividades será sugerido ao grupo, mas não limitado, já que os conteúdos e atividades ficarão disponibilizadas permanentemente. O cronograma servirá apenas para organizar o conteúdo no tempo e para explicitar quando estes serão abordados..
Abaixo segue cronograma inicial (1o mês)
1a quinzena) Uso do Fórum e Coleta de relatos de Experiência - sobre atuação de cada docente no mundo digital: dificuldades, aprendizados e sugestões. Discussão entre os membros, familiarização com o Fórum;
2a quinzena) Construção de rotas de aprendizagem, como organizar o conteúdo online e disponibilizá-lo de forma organizada e sequencial;
3a quinzena) Uso do Google Suite: Forms, Slides, Meet e Jamboard
4a quinzena) Captura e edição de Vídeos
5a quinzena) Engajamento Estudantil
A continuidade do cronograma será discutida junto à comunidade, para escolha de próximo tema.
Equipe envolvida
Membros do EA2 responsáveis
Profa. Dra. Soely Polydoro - Coordenadora do EA2/ Docente FE
André Garcia - Funcionário EA2/Doutor em Educação
Diego Pansani - Funcionário EA2/Especialista em Gestão Pública
Georgia Carolina - Funcionário EA2/Mestre em Administração Pública
Sobre Comunidade de Prática e Referências
Comunidade de Prática Online
A ideia de aprendizado cria a imagem de uma relação entre aluno e mestre. Entretanto, estudos de aprendizagem revelam um conjunto mais complexo de relações sociais por meio do qual a aprendizagem ocorre: vai além de adquirir conhecimento. A Comunidade de Prática CP por exemplo atua como um currículo vivo para o aprendiz (Li et al., 2009; Ranmuthugala et al., 2011; Barnett et al., 2012; Wenger e Trayner,2015).
As CPs são grupos de pessoas que compartilham uma preocupação mutuamente reconhecida por problemas reais, tópicos relevantes ou uma paixão e fazem e/ou aprendem a fazer melhor a partir da interação regular entre os membros (Braithwaite et al., 2009; Ranmuthugala et al., 2011; Barnett et al., 2012; Wenger e Trayner, 2015; Pyrko et al., 2017).
Pensar conjuntamente permite desenvolver e sustentar uma prática social revigorante ao longo do tempo (Pyrko et al., 2017) e fornece uma perspectiva útil sobre o conhecimento e a aprendizagem, que pode ser, intencionalmente ou não, a razão pela qual a comunidade se reúne ou o resultado acidental das interações dos membros (Wenger e Trayner,2015).
Independente da finalidade de uma CP é indispensável a presença de três características: domínio, comunidade e prática.
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Domínio → refere-se à identidade definida pelo interesse comum compartilhado, distinguindo os membros de outras pessoas e os limites delineados que permitem aos mesmos decidir o que vale a pena compartilhar e como apresentar suas ideias.
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Comunidade → remete à estrutura social que oportuniza o envolvimento dos membros por meio de atividades e discussões conjuntas, e facilita a aprendizagem por meio de interações e relações com os outros.
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Prática → os membros de uma CP são praticantes, pois compartilham experiências, histórias, ideias, informações, documentos, materiais, técnicas e maneiras de abordar problemas recorrentes (Li et al., 2009; Wenger e Trayner, 2015; Pyrko et al., 2017).
Ainda que apresentem os três elementos citados acima, não há normas que regularizem como as CPs devem ser criadas e qual estrutura adotar, podendo ter quantidade variada de membros, envolver participantes de um pequeno território ou ser mundial e interagir de maneira presencial ou online. Há casos em que há a configuração de uma CP, mas os membros não estão cientes. A partir do momento em que é atribuído um nome, a CP é colocada em foco, permitindo compreender melhor o interesse e percebendo as estruturas definidas pelo engajamento na prática, e o aprendizado informal que vem com ele (Braithwaite et al., 2009; Ranmuthugala et al., 2011; , 2015; Wenger e Trayner, 2015; Pyrko et al., 2017).
Com a disponibilidade de novas tecnologias, como a internet, o alcance das interações ampliou as limitações geográficas das comunidades tradicionais, tornando-se mais acessível (Barnett et al., 2012; Wenger e Trayner, 2015; Wang et al.,2017).et al., Assim, surge a Comunidade de Prática Online (CPO).
As CPO Trata-se de um grupo de pessoas que estão conectadas através da internet e interagem com colegas, que enfrentam problemas/desafios semelhantes, ao longo do tempo, em torno de um propósito, interesse ou necessidade compartilhados, reduzindo o isolamento profissional.
A comunicação da CPO pode ser realizada por meio de fóruns de discussão, mensagens privadas, salas de bate-papo, blogs, etc. Entretanto, o sucesso das comunidades online depende em grande parte de participações sustentadas e contribuições voluntárias dos usuários (Barnett et al., 2012;Wang et al., 2017).
A CPO pode ser usada como um mecanismo de apoio à mudança entre diferentes organizações, e em diferentes níveis do sistema. Desenvolvendo novas ideias elaboradas por pessoas que se relacionam e fazem os ajustes necessários às CPO podem alcançar resultados desejados, dentro de um contexto institucional e organizacional.
Também são vistas como uma estratégia de gestão do conhecimento, que as organizações podem utilizar para apoiar a inovação. Em parte, devido ao encorajamento que as CPOs dão a todos os membros que participam, apoiando uma estrutura social baseada no respeito mútuo, na confiança e na informação compartilhada.
De maneira explícita e tácita, as CPO unem a aprendizagem ao desempenho profissional, podendo fortalecer efetivamente inclusive os sistemas de saúde e melhorando a qualidade de vida das pessoas. Como resultado, há uma tradução do conhecimento que facilita o entendimento do assunto em pauta e atinge um número considerado de membros, garantindo que a melhor evidência disponível seja usada para informar a política e a prática dentro de contextos organizacionais, comunitários e até mesmo universitário (Barnett et al., 2012; Kothari et al., 2015).
Referências Bibliográficas
Barnett S, Jones SC, Bennett S, Iverson D, Bonney A. General practice training and virtual communities of practice - a review of the literature. BMC Fam Pract. 2012 Aug 21;13:87
Braithwaite J, Westbrook JI, Ranmuthugala G, Cunningham F, Plumb J, Wiley J, Ball D, Huckson S, Hughes C, Johnston B, Callen J, Creswick N, Georgiou A, Betbeder-Matibet L, Debono D. The development, design, testing, refinement, simulation and application of an evaluation framework for communities of practice and social-professional networks. BMC Health Serv Res. 2009 Sep 15;9:162.
Li LC, Grimshaw JM, Nielsen C, Judd M, Coyte PC, Graham ID. Use of communities of practice in business and health care sectors: a systematic review. Implement Sci. 2009 May 17;4:27.
Ranmuthugala G, Plumb JJ, Cunningham FC, Georgiou A, Westbrook JI, Braithwaite J. How and why are communities of practice established in the healthcare sector? A systematic review of the literature. BMC Health Serv Res. 2011 Oct 14;11:273.
Pyrko I, Dörfler V, Eden C. Thinking together: What makes Communities of Practice work? Hum Relat. 2017 Apr;70(4):389-409.
Wenger E, Trayner B. Communities of practice: a brief introduction. V April 15, 2015. Acessado em 04 de maio de 2017: http:// wenger-trayner.com/introduction-to-communities-of-practice/
Wang X, Zhao K, Street N. Analyzing and Predicting User Participations in Online Health Communities: A Social Support Perspective. J Med Internet Res. 2017 Apr 24;19(4):e130.
Treinadores
André Garcia
Diego Pansani
Georgia Martins
Soely Polydoro